El presente artículo discute los resultados de una etnografía realizada en una población periférica de Santiago, Chile, cuyo propósito fue conocer las estrategias de los residentes para enfrentar el estigma territorial. Los hallazgos muestran que los pobladores responden construyendo diferencias simbólicas que les permiten distinguirse del resto, al aplicar a otros similares los estigmas que reciben del exterior. Esta estrategia es utilizada en la comparación con personas del mismo barrio y cuando se cotejan con poblaciones similares, y es destacable que no se realiza con personas o barrios de otros grupos socioeconómicos. Se concluye que la potencia de los efectos de la estigmatización y la segregación socioterritorial les dificulta la posibilidad de construir una imagen propia que los valorice, sin recurrir a la desvalorización de otros similares.

This article discusses the results of an ethnography carried out in a disadvantaged neighborhood located in Santiago, Chile. The purpose of the research was to know the strategies used by its residents to address territorial stigma. The results reveal that they respond to the stigma by building symbolic differences that allow them to distinguish themselves from the rest, by applying to others the stigmas they receive from the outside. This strategy is used in the comparison with people from the same neighborhood and when comparing with similar quarters, being noteworthy that it is not carried out with people or neighborhoods from other socio-economic groups. It is concluded that the force of phenomenon like stigmatization and socioeconomical segregations makes it difficult for them to build an image of themselves that values them, without resorting to devaluating similar others.

Este artigo discute os resultados de uma etnografia realizada em uma comunidade periférica localizada em Santiago, Chile. O objetivo desta investigação é reconhecer as estratégias utilizadas pelos residentes para lidar com o estigma territorial. Os resultados mostram que os moradores respondem ao estigma a través da construção de diferenças simbólicas que lhes permitem distinguir-se de outros moradores, projetando neles os estigmas que eles mesmos experimentam. Esta estratégia é maiormente utilizada ao comparar-se com outros moradores da mesma comunidade, mas não assim na comparação relativa às pessoas ou bairros de outros estratos socioeconômicos. Em síntese, é possível afirmar que a estigmatização e segregação social e territorial experimentada pelos moradores dificulta a construção de uma autoimagem positiva sem a desvalorização de outros semelhantes.