Comparação dos efeitos das folhas de Cestrum axillare com as saponinas isoladas em caprinos. (Comparison of the effects of Cestrum axillare leaves with isolated saponins in goats).

MARINHO, J.B. - CARVALHO, A. - PIEREZAN, F. - KELLER, K. - RIET-CORREA, F. - MELO, M. - SOTO-BLANCO, B.

Resumen:

RESUMO.- Cestrum axillare (anteriormente C. laevigatum), família Solanaceae, é a mais importante plantahepatotóxica do Brasil que causa intoxicação aguda. Tem ocorrência nas regiões Sudeste e Centro-Oeste e emáreas litorâneas do Nordeste. A intoxicação natural foi descrita em bovinos, caprinos e ovinos, com sinais clínicosevidenciados em até 24 horas após a ingestão das folhas e morte em até 48 horas após o início da sintomatologia.Os sinais clínicos observados na intoxicação aguda são apatia, anorexia, parada ruminal, dorso arqueado,constipação com fezes em formas de pequenas esferas, por vezes recobertas com muco e com estrias de sangue,tremores musculares, andar cambaleante e, às vezes, sialorreia. Podem ser observados sinais neurológicos,devido a interferência no ciclo da ureia pela insuficiência hepática resultando em hiperamonemia (encefalopatiahepática). O principal achado patológico é a necrose hepática centrolobular. O princípio tóxico presente no C.axillare ainda não está definitivamente comprovado, mas alguns autores atribuem a toxicidade da planta àpresença das saponinas gitogenina e digitogenina. No entanto, ainda não foi determinado se as saponinaspresentes em C. axillare são as responsáveis pelo efeito hepatotóxico da planta. Assim, o objetivo deste trabalho édeterminar se as saponinas são os compostos responsáveis pelos efeitos hepatotóxicos produzidos pela ingestãodas folhas de C. axillare, usando caprinos como modelo experimental. Para isto, foram comparados os efeitos daadministração das folhas com os produzidos pelas saponinas isoladas destas folhas em caprinos. Foramutilizados seis caprinos, distribuídos aleatoriamente em três grupos experimentais que receberam [1] folhassecas de C. axillare, [2] extrato de saponinas das folhas ou [3] água (grupo controle). Para os caprinos quereceberam as folhas secas a dose administrada de planta foi de 10g/kg para um animal (A1) e de 5g/kg paraoutro (A2). Para os animais que receberam o extrato de saponinas, a administração foi feita na dose equivalentea 20 g/kg, repetida após 24 horas. Foi verificado que as folhas secas, quando administradas na dose de 10 g/kg aum caprino, produziram efeitos tóxicos, com alterações na bioquímica (indicando lesão hepática) ehistopatológica apresentando necrose hepática centrolobular. Na dose de 5 g/kg de folhas secas, não foiobservado sintomatologia clínica da intoxicação, mas houve necrose hepática; após 15 dias após da últimaadministração, o parênquima hepático deste animal já se encontrava normal, apenas com áreas hemorrágicas,demonstrando plena regeneração. A administração do extrato de saponinas contendo gitogenina e digitogenina acaprinos não produziu efeitos tóxicos significantes, comprovando não serem estes compostos os responsáveispela intoxicação. Além disto, a espécie caprina é um bom modelo experimental para estudos desta intoxicação.


Detalles Bibliográficos
2018
CESTRUM LAEVIGATUM
POISONOUS PLANTS
HEPATOTOXIC PLANTS
HEPATIC NECROSIS
SAPONINS
PLANTAS HEPATÓXICAS
PLATAFORMA SALUD ANIMAL
CAPRINOS
PLANTAS TOXICAS
Portugués
Instituto Nacional de Investigación Agropecuaria
AINFO
http://www.ainfo.inia.uy/consulta/busca?b=pc&id=57365&biblioteca=vazio&busca=57365&qFacets=57365
Acceso abierto
Resumen:
Sumario:RESUMO.- Cestrum axillare (anteriormente C. laevigatum), família Solanaceae, é a mais importante plantahepatotóxica do Brasil que causa intoxicação aguda. Tem ocorrência nas regiões Sudeste e Centro-Oeste e emáreas litorâneas do Nordeste. A intoxicação natural foi descrita em bovinos, caprinos e ovinos, com sinais clínicosevidenciados em até 24 horas após a ingestão das folhas e morte em até 48 horas após o início da sintomatologia.Os sinais clínicos observados na intoxicação aguda são apatia, anorexia, parada ruminal, dorso arqueado,constipação com fezes em formas de pequenas esferas, por vezes recobertas com muco e com estrias de sangue,tremores musculares, andar cambaleante e, às vezes, sialorreia. Podem ser observados sinais neurológicos,devido a interferência no ciclo da ureia pela insuficiência hepática resultando em hiperamonemia (encefalopatiahepática). O principal achado patológico é a necrose hepática centrolobular. O princípio tóxico presente no C.axillare ainda não está definitivamente comprovado, mas alguns autores atribuem a toxicidade da planta àpresença das saponinas gitogenina e digitogenina. No entanto, ainda não foi determinado se as saponinaspresentes em C. axillare são as responsáveis pelo efeito hepatotóxico da planta. Assim, o objetivo deste trabalho édeterminar se as saponinas são os compostos responsáveis pelos efeitos hepatotóxicos produzidos pela ingestãodas folhas de C. axillare, usando caprinos como modelo experimental. Para isto, foram comparados os efeitos daadministração das folhas com os produzidos pelas saponinas isoladas destas folhas em caprinos. Foramutilizados seis caprinos, distribuídos aleatoriamente em três grupos experimentais que receberam [1] folhassecas de C. axillare, [2] extrato de saponinas das folhas ou [3] água (grupo controle). Para os caprinos quereceberam as folhas secas a dose administrada de planta foi de 10g/kg para um animal (A1) e de 5g/kg paraoutro (A2). Para os animais que receberam o extrato de saponinas, a administração foi feita na dose equivalentea 20 g/kg, repetida após 24 horas. Foi verificado que as folhas secas, quando administradas na dose de 10 g/kg aum caprino, produziram efeitos tóxicos, com alterações na bioquímica (indicando lesão hepática) ehistopatológica apresentando necrose hepática centrolobular. Na dose de 5 g/kg de folhas secas, não foiobservado sintomatologia clínica da intoxicação, mas houve necrose hepática; após 15 dias após da últimaadministração, o parênquima hepático deste animal já se encontrava normal, apenas com áreas hemorrágicas,demonstrando plena regeneração. A administração do extrato de saponinas contendo gitogenina e digitogenina acaprinos não produziu efeitos tóxicos significantes, comprovando não serem estes compostos os responsáveispela intoxicação. Além disto, a espécie caprina é um bom modelo experimental para estudos desta intoxicação.